Como o ecossistema empreendedor pode contribuir para a economia

As empresas de base tecnológica, de alto crescimento, são as minas de ouro do século XXI. São verdadeiros mecanismos de criação de riqueza. O valor que criam beneficia toda a sociedade, os seus colaboradores, os seus clientes , os seus acionistas.

Oferecem produtos ou serviços a um mercado global, muito competitivo, com vantagens sobre todas as outras ofertas que existem disponíveis. Um desafio nada fácil!

A esmagadora maioria dos seus clientes são estrangeiros. São estas empresas que contribuem para equilibrar a nossa balança de transações com o exterior.

Ao crescerem, geram os postos de trabalho, altamente qualificados, bem pagos, que fazem a riqueza dos países onde se baseiam.

Esse sucesso só é sustentável por trabalharem continuamente para manter a competitividade das suas ofertas, tipicamente investindo uma parte significativa das suas receitas em investigação e desenvolvimento.

Por detrás destas empresas estão empreendedores. Estes indivíduos que, por sua iniciativa, se predispõem a lançar novas empresas, a fazer crescer novas áreas de negócio, têm um enorme valor na sociedade.

É por via do seu esforço, da sua inteligência e imaginação, do seu trabalho e sacrifício continuado, que essas empresas são lançadas e, por norma, ultrapassando muitas dificuldades, trilham um caminho de sucesso!

São verdadeiros heróis.

Temos assistido em Portugal ao crescimento de algumas destas empresas, que são muitíssimo bem sucedidas, líderes mundiais nas suas áreas de atividade.

Os fundadores e gestores dessas empresas, que não apenas as criaram mas as têm conduzido num caminho de grande sucesso, são verdadeiros modelos, inspirando muitos outros a seguirem caminhos parecidos.

As suas empresas, além de mecanismos de criação de riqueza, são escolas de empreendedorismo, onde muitos adquirem o conhecimento e a inspiração de, por sua vez, criarem novas iniciativas empresariais inovadoras.

Essas empresas funcionam, como elementos fecundadores do mercado, produzindo um valor que vai ainda muito para além daquele que a própria empresa produz.

Estamos já a assistir (e iremos assistir ainda mais no futuro) a que elementos das equipas fundadoras de novas startups tecnológicas, tenham no seu passado trabalhado nas nossas mais bem sucedidas empresas tecnológicas.

Tem vindo a crescer em Portugal, quer o número quer, por ventura, a qualidade destas startups tecnológicas de alto crescimento.

O ecossistema constituído pelo conjunto dessas empresas, talvez a face mais saudável da nossa economia, é aquele que pode criar, quer a riqueza, quer os postos de trabalho altamente qualificados, indispensáveis para que os nossos melhores jovens optem por permanecer cá.

Ao fazermos o que estiver ao nosso alcance para facilitar os desafios com que estes empreendedores se deparam, estaremos a ajudar-nos a nós próprios.

 

Artigo de opinião de Joaquim Sérvulo Rodrigues, originalmente publicado no Jornal de Negócios a 13 de novembro de 2023.